quarta-feira, 26 de maio de 2010

O que fazer quando deparado com a crise

A recém-formada em Relações Públicas, Kriscia Vicente Proença, trabalhou na área de Comunicação Social da Infraero de Congonhas, em 2007, quando ocorreu o pior acidente da aviação brasileira. Ela relata que “diante dos sentimentos exaltados das pessoas que estavam ao redor, permanecer fria, com o profissionalismo que o cargo e a situação exigiam, era a parte mais complicada da tarefa”.

As crises acontecem e os profissionais reagem de diversas maneiras deparados com os problemas. Para Larissa Baroni, "gerir a carreira é tarefa que se torna ainda mais difícil em momentos de crise. E, nessas épocas, o desespero e a falta de informação podem levar profissionais - tanto recém-formados como os mais experientes - a cometer erros cruciais na gestão de suas carreiras".

Situações com feridos ou vítimas são as mais árduas de serem administradas, porém algumas dicas listadas abaixo podem colaborar para enfrentar essas situações e evitar arranhões na carreira.

Esconder-se
"Em época de crise, uma série de desculpas vêm à tona para justificar demissões. Daí, alguns profissionais exageram nos cuidados e se escondem demais para não se tornar alvo fácil. Isso, em vez de proteger, pode prejudicar, pois na mira dos gestores também estão os considerados sombras. Ou seja, aqueles que nada têm a contribuir com a empresa. Por outro lado, manter-se no centro das atenções também pode ser prejudicial porque, junto ao destaque profissional, sempre há a inveja. Mostre sua competência, mas conheça o espaço no qual está inserido."
Roberto Heloani, professor de comportamento organizacional e psicologia do trabalho da Unicamp (Universidade de Campinas) e FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Ser flexível
"A inflexibilidade, em momentos de crise, só tende a atrapalhar ainda mais a gestão da sua carreira. Isso porque, geralmente, a situação propicia mudanças de funções e até de departamentos. A resistência é natural, até porque sair da zona de conforto é difícil. Mas é preciso ressaltar que nem sempre as transformações são negativas. Qualquer oposição pode colocar em xeque o seu emprego e ainda uma oportunidade de crescimento. O profissional flexível avalia a situação e cria estratégias para agir."
Camila Mariano, gerente do serviço de apoio a carreira da Catho.

Evitar tomar decisões precipitadas

"As tensões são comuns durante a crise. Portanto, cuidado. Nada de tomar decisões baseadas no desespero. Pondere todos os pontos negativos e positivos e pense bem antes de pedir demissão, trocar de emprego ou manter-se num emprego mesmo que insatisfeito. Em caso de nova proposta de emprego, compare os benefícios da atual e da futura empresa, analise a situação econômica de ambas e verifique se os setores às quais pertencem estão ou não em expansão. Lembre-se que crises estimulam a troca de emprego. Enquanto há mercados em declínio, há muitos outros em expansão."
Adélia Franceschini, consultora de marketing.

Também é importante:
Ter projeto estratégico
Capacitar-se
Evitar ser pessimista ou autoconfiante demais
Ficar alheio às mudanças
Não Deixar de inovar e criar
Não Perder a motivação
Não entrar em pânico

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A importância da comunicação interna durante a crise


Uma sátira é feita por Max Gehringer a empresas que não praticam o que dizem seus valores e princípios, passando uma imagem falsa para seus funcionários. Tal fato certamente é percebido por quem trabalha dentro dessas organizações e é diretamente afetado pelo que acontece no ambiente de trabalho.

Uma empresa que prioriza ou não “o ser humano em primeiro lugar", no momento da crise deve dar prioridade a seus funcionários, passando informações ágeis e corretas, pois eles são parte da empresa e colaboram para o seu funcionamento. Neste momento tão delicado, apresentar um ambiente inseguro onde não são mostrados na prática os princípios da organização, não ajuda nenhuma das partes – nem o funcionário (que pode não conseguir ser tão produtivo), nem a organização (que com esta atitude só piorará a situação). Em um gerenciamento de crise bem feito, o ser humano na empresa deve sim vir em primeiro lugar; e a área de Comunicação Interna deve trabalhar juntamente com o Comitê de Crises para manter seus funcionários bem informados.

Apesar da necessidade de ações imediatas durante uma crise, o mais importante é saber refletir sobre o futuro e compartilhar o panorama com a equipe, evitando incertezas e descontentamento generalizado.

De acordo com o consultor Gustavo Gomes de Matos, autor do livro “Comunicação Sem Complicação – Como simplificar a prática da Comunicação nas Empresas”, as organizações devem agir com transparência e promover o diálogo entre dirigentes, executivos e colaboradores. “Pessoas bem informadas e sensibilizadas pela real situação da companhia têm condições de se engajarem com determinação para superar desafios”.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A importância de um público interno bem informado


Vimos na entrevista com Mário Persona que a comunicação interna tem um papel fundamental para a organização, em momentos de crise torna-se ainda mais essencial e o cuidado com ela deve ser redobrado.


A crise acontece repentinamente, mas é necessário que se atue rápido, é fundamental que o público interno seja comunicado de forma homogênea e, preferencialmente, em primeiro lugar, pois sua opinião é muito importante em momentos de fragilidade. Segundo Quézia de Alcantara Guimarães Leite *, "os empregados são parceiros e quanto mais bem informado estiverem, mais envolvidos com a empresa, sua missão e seu negócio, eles estarão".


Quando informados de forma transparente, os funcionários tornam-se aliados imprescindíveis para o bom gerenciamento da crise, uma vez que eles podem vir a ser uma fonte de informação, podem ser questionados sobre a crise, o que a empresa está fazendo e o que eles acham daquilo tudo. Assim, a empresa precisa manter todos informados para unificar seu discurso, para que não haja controvérsias, boatos e ambiguidades nas informações dadas. Quézia diz que "os empregados são os melhores porta-vozes da instituição em que trabalham, sua opinião sobre a organização vale muito para quem está de fora", mas para isso é necessário que se tenha uma comunicação integrada, como afirma Mário Persona, para ele "o colaborador pode até saber falar, mas se não for alimentado da mensagem correta e da cultura da empresa, abrir a boca pode ser até pior".


Dessa forma, o processo de comunicação interna precisa ser bem estruturado e valorizado, os canais que ele dispõe (jornais, boletins, intranet, murais etc) devem disponibilizar as informações de forma rápida, eficaz e atrativa para que cumpram seu objetivo de disseminar as informações corretamente para todos da organização. Os líderes da empresa são parte fundamental deste processo, eles devem ter um discurso seguro e claro da situação, pois serão questionados por seus funcionários a todo o momento.



* Quézia de Alcantara Guimarães Leite é Técnico em Comunicação Social Jr; Habilitação em Jornalismo pela UFG -Universidade Federal de Goiás. Trabalha na Assessória de Comunicação dos Correios de Goiás.




quinta-feira, 6 de maio de 2010

Assessoria de Imprensa durante a crise organizacional



Nesta semana o RP Sem Crise aborda o papel da assessoria de imprensa durante uma crise organizacional. Esta é, sem dúvida, uma das primeiras áreas da empresa – se não for a primeira mesmo - que sente a pressão de uma crise.

Parte essencial do comitê de crises, a assessoria de imprensa é uma das primeiras áreas que deve se preparar e fazer um planejamento de quais atitudes tomar em situações que podem danificar a imagem de uma empresa. Em um primeiro momento, a mídia é o principal meio de comunicação da organização com seus públicos, e cabe à assessoria de imprensa transpassar o posicionamento adotado pela empresa.

O primeiro passo é definir qual será a estratégia de posicionamento da organização para a imprensa. Sua atitude será proativa ou reativa (em que espera ser procurada pelos jornalistas para se manifestar)? O pronunciamento será feito por um porta-voz ou por meio de nota oficial?

As respostas a essas perguntas não seguem uma regra. Tudo depende da empresa envolvida, da proporção da crise e de como ela afeta seus stakeholders.


Confira abaixo os dez mandamentos para a assessoria de imprensa e seus porta-vozes encararem uma crise:

1. Reconheça a crise
2. Análise o fato e tenha explicações ou justificativas razoáveis
3. Não minta nem disfarce
4. Não negligencie o público, principalmente os jornalistas
5. Nunca responda de imediato, sem conhecer a crise
6. Seja claro e objetivo
7. Não fuja das respostas com frases evasivas
8. Prepare material especial para a imprensa, como comunicados e boletins
9. Se prometeu, responda; não deixe o repórter aguardando por muito tempo
10. Mantenha relacionamento interpessoal com todos da empresa assessorada


Fonte dos 10 mandamentos: Escola de Comunicação - Comunique-se